terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Em PG, passageiro é tratado como gado até nos fins-de-semana

Segunda pela manhã, certo? Errado. Sábado à tarde...
Veja a imagem a lado. Não deve ser algo pelo que você já não tenha passado. Infelizmente não é uma situação incomum na vida de trabalhadoras e trabalhadores todos os dias pela manhã.

Mas acontece que este ônibus, em Praia Grande, linha 17, sentido Boqueirão, estava circulando às 12h30 no último sábado, dia 22/02. E não era um caso isolado. A cada vez mais, pegar ônibus aos fins de semana em Praia Grande se parece com isso.

Evidentemente a relação entre a oferta de ônibus em circulação e a demanda pelo serviço está desequilibrada. Logo, o mais lógico a se fazer é aumentar a demanda de ônibus aos fins-de semana, certo? Certo. Mas isso não ocorrerá, caro/a leitora/a. Pele menos não por boa vontade do poder público. Na verdade, é mais fácil a prefeitura de Praia Grande pensar numa forma de reduzir a demanda, do que aumentar a oferta.

Isso porque, como em muitas cidades, o transporte coletivo em Praia Grande é privatizado. Não há nenhum interesse da prefeitura em reduzir o lucro da Viação Piracicabana - empresa que explora o serviço em quase toda a Baixada Santista. Não há interesse porque a prefeitura, como via de regra qualquer governo, governa para as empresas (sobretudo grandes empresas, como a Piracicabana).

Vale lembrar que as sucessivas gestões da prefeitura de Praia Grande acumulam sucessivos favores à Piracicabana. Em 1995, a Piracicabana começou a operar em Praia Grande sem licitação. "Surpreendentemente", de lá pra cá, todas as licitações foram vencidas pela mesma empresa. Recentemente relatamos que no ano de 2013, sem licitação, a empresa recebeu a barganha de 4 milhões de reais da prefeitura - e isso é sistemático ao longo dos anos (veja aqui).

Então o ideal era ter concorrência? Não. Em primeiro lugar porque normalmente o capital se ajusta a essa situação e forma cartéis. Em segundo lugar, porque ainda sim teremos o problema de dinheiro público estar financiando o lucro de empresas privadas, e pra isso, os governos seguirão com todo o cuidado na hora de tomar medidas que possam afetá-lo.

Assim, a solução é um transporte 100% público, em que não haja a necessidade de lucro, com gestão dos usuários do serviço e trabalhadores. Só assim conseguiremos garantir o fim da festa com o dinheiro público, a garantia de um serviço de qualidade e a tão sonhada tarifa zero (sim, ela é possível e necessária!).

Pra isso, precisamos nos mobilizar na ruas e pressionar os governos, pois infelizmente o prefeito Mourão não vai acordar numa manhã ensolarada arrependido de ter beneficiado tanto a Piracicabana e dar uma canetada em nosso benefício. A nossa pressão, sim, pode garantir nossos direitos.

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